ASSENTO de um conselho de guerra, mandado fazer pelo governador e capitão-geral de Angola, D. João Manuel de Noronha, sobre as inquietações ocorridas no sertão de Caconda, estando presente o Senado da Câmara, o deão e governador do Bispado, João da Cunha Soares, o perfeito de Santo António e missionário capuchinho, frei Lourenço de Luca [Lorenzo da Lucca], o reitor do colégio da Companhia de Jesus, padre António Viegas, o prior do convento de Nossa Senhora do Carmo, frei João dos Remédios e o presidente do convento de São José, frei João do Sacramento; referindo as acusações que os administradores do contrato tinham feito contra o governador, a queixa do capitão-mor do presídio de Caconda contra o padre João Teixeira de Carvalho, por andar a atravessar escravos e marfim que os pombeiros traziam sem conhecimento dos seus senhores e as queixas contra o religioso do Carmo calçado, padre frei Luís da Conceição, assistente no distrito de Golungo; referindo ainda a inclusão dos escravos dos eclesiásticos nos trabalhos de fortificação da cidade, juntamente com os escravos dos moradores, tanto mais que chegara aviso do governador-geral do Brasil acerca de uma expedição inglesa, depois de já terem sondado todos os portos e baías daquela costa.