CARTA do governador e capitão-general de Angola, D. António Álvares da Cunha, ao rei [D. José I] sobre faltar de tudo para defender aquele reino, sendo essencial homens dos Açores, porque tinham jeito para o cultivo e os ofícios mecânicos, enquanto os ciganos eram os melhores na cavalaria e resistiam ao clima; referindo a falta de selas, armamento, breu, alcatrão, ferramentas, pregos, cabos de linho, quartéis e oficiais mecânicos; informando do número de tropas da capital, da inutilidade de muitos, da falta de um sargento-mor desde que João de Assa Castelo Branco foi ao Reino, da incompetência do coronel e do tenente-coronel; dando conta que a Companhia de cavalos melhorara desde que a cavalariça passou para a cave do palácio e o quartel dos soldados para o corpo da guarda velho, deixando os soldados de estar longe dos cavalos e em locais que os adoeciam; explicando como faria para mandar vir bons cavalos do Rio de Janeiro para a guarda das minas e que libertaria os muitos régulos que tinha presos, mediante fiador; remetendo os mapas da cidade, do rio Quanza e um do sargento-mor engenheiro.