CARTA particular do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] Francisco Xavier de Mendonça Furtado sobre a recepção das cartas de 24 de Fevereiro e de 2 de Abril de 1768; expressa cumprimentos pessoais e familiares e sentimentos de felicidade pelo casamento de José Francisco [Xavier Maria de Carvalho Melo e Daun]; referindo o seu estado de saúde precário e o mau clima para os europeus, receio pela; vinda dos mestres para a fábrica de ferro devido à estação do ano em que chegam não ser a mais desejável para quem chegava da Europa; tecendo elogio da povoação de Nova Oeiras, a sua beleza e fertilidade, sua localização entre dois rios navegáveis [Luinha e Lucapa] que facilitariam o transporte dos víveres que viriam da Europa até à fábrica; estão por avaliar as quantidades, preços, extracção e transporte do enxofre e as mais descobertas; insiste na sua substituição pela sua saúde e por estar a terminar o seu 5º ano em Angola e o desagrado com loucuras e queixas feitas pelo contratador [do sal], Domingos Dias [da Silva]; chegado a Lisboa proporá outro método de utilizar o Erário Régio, atraindo mais voluntários povoadores para Angola; solicitando o envio de livros para a instrução dos oficiais; sobre a descoberta de madeiras de boa qualidade para a reparação da artilharia e obras reais; o capitão Domingos Furtado informará sobre o estado em que se encontram as fortalezas velhas e novas, sobre a construção de um terreiro e a colocação de uma cisterna em Luanda com a participação de presos negros; sobre a fábrica e obra de cutelaria que fez o francês que fugira duma nau.