OFÍCIO do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Francisco Xavier de Mendonça Furtado sobre a natureza e a origem da colonização inicial de Benguela e Caconda à base de degredados e o estado de degradação em que se encontrava, motivando a transferência do presídio de Caconda para Catala com toda a estrutura administrativa, a fortificação com artilharia, munições, e guarnição, quartéis, tesouraria, e igreja; a fundação de outras povoações no interior , como Alva Nova, Sarzedas, Contins, Passo de Sousa, Linhares e uma outra em Guilengues, povoados por vagabundos que prontamente acederam em ir para aquelas localidades; alertando para a necessidade de mulheres europeias para essa população masculina; a nomeação de estruturas administrativas: capitão-mor da ordenança, juiz e pároco; propondo o envio de casais europeus de todas as artes e ofícios; referindo as riquezas naturais, a agricultura, o clima favorável e a existência de uma população pacífica; assim como da abundância do marfim; aludindo a importância da penetração para o interior de Angola; a necessidade de controlar as vias de acesso para Quissama impedindo os sobas de dar asilo aos escravos fugitivos; sugerindo a consolidação das fronteiras de Angola através do controlo das vias que ligavam o litoral ao interior, e toda a costa litoral passando por Luanda, Novo Redondo e Benguela, solicitando o envio de párocos das ordens regulares existentes no Reino para preencher as vagas existentes, o envio de governador europeu para Benguela e a reforma do cabido.