CARTA do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Francisco Xavier de Mendonça Furtado desejando e fazendo votos de boa saúde e afirmação de dedicação; referindo o seu estado de saúde e de desgaste pelas muitas obras realizadas em condições muito severas; manifestando mais uma vez a vontade de ser substituído no cargo que ocupava; sobre a persistência e determinação em prosseguir os trabalhos de construção da fábrica de ferro depois da morte dos 4 mestres ferreiros com as plantas que deixaram, recorrendo ao conhecimento de um carpinteiro que aprendera a reproduzir as plantas deixadas pelos mestres defuntos; remetendo as plantas da fábrica de ferro, dos terrenos, dos rios e da povoação, referindo as madeiras de excelente qualidade que serviram para a reparação da artilharia; sobre a conclusão da obra da fortificação de Luanda e de Benguela; sobre a mudança do presídio de Caconda para uma região propícia à agricultura e indústria com o objectivo de diminuir os vagabundos e gentes desocupadas do sertão de Benguela; informando a conquista de Novo Redondo e da sua importância política e económica; referindo que uma melhor gestão dos contratadores de escravos aumentaria os rendimentos do Erário Régio; reclamando o envio de mais gente para o desenvolvimento de Angola, que considerava ser bastante rica em recursos; prometendo que se chegasse ao Reino vivo daria um testemunho pormenorizado de tudo o que vira e do que fizera para o seu devido aproveitamento; sobre o envio de animais raros e a referência do envio de duas cartas, uma dirigida ao marquês do Lavradio [D. Luís de Almeida Portugal e Mascarenhas] e outra ao conde de Azambuja [D. António Rolim de Moura Tavares] para este comboiar as zebras na sua viagem para o Reino, garantindo desse modo que os animais chegassem mais cedo e em segurança.