OFÍCIO do governador de Cabo Verde, António Pusich, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], sobre: partida para as ilhas do Maio, de São Nicolau, de Santo Antão e de São Vicente, do bergantim Maria, a informar dos acontecimentos ocorridos nesta capital, no dia 4 do corrente mês; regresso do mesmo bergantim, com notícias que as ilhas do Maio e de Santo Antão, seguiram totalmente os movimentos desta capital, tendo o comandante interino da ilha de São Vicente participado que se ia fazer o mesmo naquela ilha; não aconteceu assim na ilha de São Nicolau, onde no dia 22 publicaram quererem ligar-se ao sistema adoptado em Portugal, aclamando e jurando reconhecer o Governo Supremo de Portugal, as Cortes e a Constituição, exigindo que se formasse na capital, uma Junta de Governo Provisório General, composta de naturais portugueses, nomeados pela pluralidade dos votos de todas estas ilhas e com a exlusão de si próprio, António Pusich, como estrangeiro; das ilhas do Fogo e Brava, nenhuma notícia chegou, desconfiando que sigam o sistema da Boavista e São Nicolau; João Cabral da Cunha Goldofim, anda de ilha em ilha a propagar os seus interesses; com a vinda do bergantim português Apolo, proveniente de Lisboa, receberam-se e espalharam-se por todas as ilhas, muitos papéis, entre eles as bases da Constituição.