OFÍCIO do [governador e capitão-general de Angola], Miguel António de Melo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Rodrigo de Sousa Coutinho, sobre o aviso de 24 de Julho [de 1797] lhe ordenar que favorecesse o consumo de produtos de Portugal e a exportação dos géneros de Angola, para bem da metrópole e das colónias; referindo que aquele reino era apenas interessante ao comércio português e assim seria até que não se tomassem providências sérias e se adoptasse um método que colocasse em consonância com os interesses da Coroa e os costumes dos negros; tecendo críticas sobre a forma como se povoou o território, se tratou e guerreou os povos, se recuperou Angola aos holandeses, se gastou e perderam homens com os presídios no interior, se agiu na busca de escravos, na tentativa de suster o comércio dos estrangeiros no Loge e em Cabinda, no projecto de defesa militar de Luanda e no estabelecimento do presídio de Encoge, se actuou nas rebeliões dos mussuis, do Nambuangongo, de Quinguengo, Gombeamuquiama e outros povos do Norte e na expedição de Cabinda; concluindo que Angola sempre prosperou menos que as outras partes da urbe e que tal como antes continua desconhecida.

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