OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, D. Miguel António de Melo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho, sobre a possibilidade e a conveniência que à Fazenda Real e ao comércio português, resultará do aproveitamento das ricas minas de excelente ferro, que se encontram na colónia; informa que o projeto da obra da fábrica necessita dos socorros indicados por José Álvares Maciel, na Memória que entregou, tais como: 1º os homens para tal serviço devem ser mulatos do Brasil ou sujeitos naturais do Alentejo ou do Algarve, porque são os que se adaptam melhor ao clima; 2º que sejam de bons costumes, não passem dos 40 anos e se vierem de cadeias, será necessário fundar um presídio e construir cárceres; 3º para evitar questões de jurisdição, S.A.R. deve ordenar que a Junta da Fazenda regule os jornais e ordenados dos oficiais que lá servirem, e sejam nomeados o almoxarife, o escrivão fiel, o escriturário, os inspetores das estradas e dos cortes e o cirurgião; 4º que entrem na serventia de seus empregos por meio de provisões da Junta; 5º que se crie um regimento, no qual se determinem as obrigações de cada oficial; 6º que a fábrica seja administrada debaixo da Inspeção da Junta da Fazenda Real.

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