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CARTA do ouvidor geral e provedor da Fazenda Real de Cabo Verde, Carlos José de Souto e Matos, ao rei [D. José] dando conta da sua chegada à vila da Praia no dia 6 de Março e da tomada de posse na capital [Ribeira Grande]; informando de uma nau holandesa que achou no porto da vila da Praia em escala para as Índias Orientais permutando géneros da terra com seus moradores, em troca com roupas usadas e mais quinquilharias, pelo que mandou publicar que se proibisse a toda e qualquer pessoa, sem excepção, semelhante comércio com estrangeiros ou nacionais, vendendo antes, os seus géneros a dinheiro por intermédio da Companhia [de Grão Pará e Maranhão], que receberia o seu produto conforme o preço que convencionassem com os compradores; e explicando pretender com isso, a conservação do comércio com os estrangeiros que aportavam àqueles portos para fazer refresco e ao mesmo tempo evitar que este tipo de comércio fosse lesivo para aquela Companhia que gozava de protecção real.