PT-AHU-CU-024-0025-02221_m0001.TIF - OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] Martinho de Melo e Castro participando a sua chegada à ilha de [Santiago] no dia 7 de Dezembro [1769], a sua tomada de posse a 13 do mesmo mês, e visita que fez à fortificação, dando conta como foi recebido pelos moradores daquela ilha; sobre as queixas que lhe apresentaram estes moradores acerca dos estranhos procedimentos dos coronéis Manuel Gonçalves de Carvalho e João Freire de Andrade, dos sargentos-mores, Tomé Fidalgo da Costa, João de Spínola [Veiga] e José Anastácio Freire, enquanto participantes e figuras do governo interino da Câmara, fazendo-se de juízes mais velhos, governadores de armas, provedores da [Santa Casa] da Misericórdia e senhores absolutos das rendas e cabedais da mesma, e a título dela, dos de todas as ilhas, cometendo abusos e excessos, disputando poderes, usurpando dinheiro, promovendo irregularidades no recrutamento e lotação dos Regimentos, criando guarnição de oficiais e soldados para o porto da ilha do Maio, extinguindo na ilha de [Santiago], os doze portos antigos, facilitando o contrabando, negociando patentes e provimentos, expulsando e fazendo promoções de novos oficiais de modo absoluto, violentando e ameaçando pessoas, a exemplo do que fizeram com o capitão-mor, João Pereira Barreto, que foi deposto pelo mesmo governo, com a morte do tenente Francisco António da Fonseca, com o degredo à ilha Brava, do desembargador Matias da Silva Gaio, com a nomeação ilegal do mestre do navio da Companhia de Grão Pará e Maranhão, Domingos António Chaves, por particular amizade e parentesco, com a expulsão do juiz e capitão, Francisco Xavier de Castro e com o juiz e sargento-mor da vila da Praia, António de Araújo Castro; e apontando mais, acerca da sociedade que os coronéis mantinham com o cónego Gregório Freire de Andrade, em cuja casa organizavam assembleias e conventículos e com a tia, Maria de Barros Soromenha; acerca das informações que tirou e da proposta de averiguação que mandou fazer sobre esses desmandos e comportamentos absurdos referidos nas queixas dos moradores pelo ouvidor geral, Dionísio Gonçalves Branco e sobre a resposta que teve; e solicitando a necessidade urgente de se enviar um sindicante para aquelas ilhas, com a independência e rectidão que convinham ao serviço real.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] Martinho de Melo e Castro participando a sua chegada à ilha de [Santiago] no dia 7 de Dezembro [1769], a sua tomada de posse a 13 do mesmo mês, e visita que fez à fortificação, dando conta como foi recebido pelos moradores daquela ilha; sobre as queixas que lhe apresentaram estes moradores acerca dos estranhos procedimentos dos coronéis Manuel Gonçalves de Carvalho e João Freire de Andrade, dos sargentos-mores, Tomé Fidalgo da Costa, João de Spínola [Veiga] e José Anastácio Freire, enquanto participantes e figuras do governo interino da Câmara, fazendo-se de juízes mais velhos, governadores de armas, provedores da [Santa Casa] da Misericórdia e senhores absolutos das rendas e cabedais da mesma, e a título dela, dos de todas as ilhas, cometendo abusos e excessos, disputando poderes, usurpando dinheiro, promovendo irregularidades no recrutamento e lotação dos Regimentos, criando guarnição de oficiais e soldados para o porto da ilha do Maio, extinguindo na ilha de [Santiago], os doze portos antigos, facilitando o contrabando, negociando patentes e provimentos, expulsando e fazendo promoções de novos oficiais de modo absoluto, violentando e ameaçando pessoas, a exemplo do que fizeram com o capitão-mor, João Pereira Barreto, que foi deposto pelo mesmo governo, com a morte do tenente Francisco António da Fonseca, com o degredo à ilha Brava, do desembargador Matias da Silva Gaio, com a nomeação ilegal do mestre do navio da Companhia de Grão Pará e Maranhão, Domingos António Chaves, por particular amizade e parentesco, com a expulsão do juiz e capitão, Francisco Xavier de Castro e com o juiz e sargento-mor da vila da Praia, António de Araújo Castro; e apontando mais, acerca da sociedade que os coronéis mantinham com o cónego Gregório Freire de Andrade, em cuja casa organizavam assembleias e conventículos e com a tia, Maria de Barros Soromenha; acerca das informações que tirou e da proposta de averiguação que mandou fazer sobre esses desmandos e comportamentos absurdos referidos nas queixas dos moradores pelo ouvidor geral, Dionísio Gonçalves Branco e sobre a resposta que teve; e solicitando a necessidade urgente de se enviar um sindicante para aquelas ilhas, com a independência e rectidão que convinham ao serviço real.

Arquivo Histórico Ultramarino