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CARTA do governador de Cabo Verde, António do Vale de Sousa e Menezes, à rainha [D. Maria I] sobre a necessidade de escravos para a cultura do algodão, fabrica de panos e produção de mantimentos para a subsistência dos habitantes da ilha de [Santiago], resultado da grande esterilidade que padeceram; acerca dos procedimentos e conduta da administração e da Companhia de [Grão Pará e Maranhão] relativamente a essa necessidade, extorquindo os seus habitantes com imposição de preços exorbitantes na venda de escravos e troca de panos; e participando que o restabelecimento daquela população só será possível se se permitir aos particulares transportarem para essa ilha escravos para comércio de panos de algodão, ou que a própria Companhia os mandasse buscar a preço equiparado e igualmente que os moradores tivessem liberdade de os mandar buscar na Guiné, adquirindo também o direito do comércio naquela costa.