PT-AHU-CU-024-0040-03110_m0001.TIF - CARTA do Bispo de Cabo Verde, Frei Cristovão de São Boaventura, à rainha [D. Maria I], a dar o seu parecer sobre um requerimento, em que D. Violante Freire de Andrade da ilha de Santiago, se queixa contra o reverendo Frei Bonifácio de Santa Rosa Sabugal, morador e guardião no convento de São Francisco; esta mulher com o seu irmão, o coronel, João Freite de Andrade, constituem um partido, a quem todos temem naquela ilha e que aos que o não seguem e dobram o joelho, olham como inimigos e exercem vinganças; dá conta que pediu informações, sob juramento, aos eclesiásticos e seculares, os mais imparciais possível; esta mulher possui muita escravatura, que se vai multiplicando pelas compras e partos pecaminosos das escravas, tendo nascido uma escrava de nome, Maria Sábado, que constitui o assunto da dita queixa, em que acusa o religioso do desfloramento da mesma crioula e posterior gravidez, não se sabendo o paradeiro da criança; expõe minuciosamente todas as acusações, tramóias e falsidades, que representam o enredo disto tudo; na origem desta questão, está o ciúme respeitante à sua relação de concubinato com o dito religioso; pede a Sua Majestade que mande retirar estes dois irmãos para as suas quintas, o mais distantes da cidade e da vila da Praia possíveis, para acabar de vez com as desordens.

CARTA do Bispo de Cabo Verde, Frei Cristovão de São Boaventura, à rainha [D. Maria I], a dar o seu parecer sobre um requerimento, em que D. Violante Freire de Andrade da ilha de Santiago, se queixa contra o reverendo Frei Bonifácio de Santa Rosa Sabugal, morador e guardião no convento de São Francisco; esta mulher com o seu irmão, o coronel, João Freite de Andrade, constituem um partido, a quem todos temem naquela ilha e que aos que o não seguem e dobram o joelho, olham como inimigos e exercem vinganças; dá conta que pediu informações, sob juramento, aos eclesiásticos e seculares, os mais imparciais possível; esta mulher possui muita escravatura, que se vai multiplicando pelas compras e partos pecaminosos das escravas, tendo nascido uma escrava de nome, Maria Sábado, que constitui o assunto da dita queixa, em que acusa o religioso do desfloramento da mesma crioula e posterior gravidez, não se sabendo o paradeiro da criança; expõe minuciosamente todas as acusações, tramóias e falsidades, que representam o enredo disto tudo; na origem desta questão, está o ciúme respeitante à sua relação de concubinato com o dito religioso; pede a Sua Majestade que mande retirar estes dois irmãos para as suas quintas, o mais distantes da cidade e da vila da Praia possíveis, para acabar de vez com as desordens.