PT-AHU-CU-024-0041-03152_m0001.TIF - OFÍCIO do Bispo de Cabo Verde, Frei Cristóvão, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Luís Pinto de Sousa [Coutinho], sobre: põe em causa o projeto de povoamento da ilha de São Vicente de João Carlos da Fonseca e a utilização de 50 escravos para esse fim; porque em poucos anos ficará como as outras ihas, onde só existem inércia, preguiça, barbaridade e estupidez; põe em causa o carácter e a capcidade do mesmo em cumprir o que promete e enumera diversos epidósios, acerca disso; por morte do governador, José da Silva Maldonado d’Eça, estabeleceu-se um governo interino, tendo há cabeça o coronel, João Freire de Andrade, que esteve preso no Limoeiro e degredado para a ilha de Boavista, pelo anterior governador; este, constituía com sua irmã, Violante Freire de Andrade, um partido despótico e vingativo; considera que enquanto não for absolvido das acusações, não tem condições de governar e enumera alguns episódios que o provam; necessidade absoluta do envio de um novo governador; sente-se incapacitado para pertencer ao governo; no que diz respeito às desordens de Cacheu, o governador, Lopo de Almeida Henrique, cometeu dois atentados ou sacrilégios, a saber: morte do padre, Simão Correia, tendo-se apoderado dos bens do morto e demolição da igreja; agradece o aviso, pelo qual manda recolher para a companhia da sua pobre mulher, o naturalista, João da Silva Feijó; pede para ser tirado do desterro em que se encontra, onde vê tantos males, sem os poder remediar.

OFÍCIO do Bispo de Cabo Verde, Frei Cristóvão, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Luís Pinto de Sousa [Coutinho], sobre: põe em causa o projeto de povoamento da ilha de São Vicente de João Carlos da Fonseca e a utilização de 50 escravos para esse fim; porque em poucos anos ficará como as outras ihas, onde só existem inércia, preguiça, barbaridade e estupidez; põe em causa o carácter e a capcidade do mesmo em cumprir o que promete e enumera diversos epidósios, acerca disso; por morte do governador, José da Silva Maldonado d’Eça, estabeleceu-se um governo interino, tendo há cabeça o coronel, João Freire de Andrade, que esteve preso no Limoeiro e degredado para a ilha de Boavista, pelo anterior governador; este, constituía com sua irmã, Violante Freire de Andrade, um partido despótico e vingativo; considera que enquanto não for absolvido das acusações, não tem condições de governar e enumera alguns episódios que o provam; necessidade absoluta do envio de um novo governador; sente-se incapacitado para pertencer ao governo; no que diz respeito às desordens de Cacheu, o governador, Lopo de Almeida Henrique, cometeu dois atentados ou sacrilégios, a saber: morte do padre, Simão Correia, tendo-se apoderado dos bens do morto e demolição da igreja; agradece o aviso, pelo qual manda recolher para a companhia da sua pobre mulher, o naturalista, João da Silva Feijó; pede para ser tirado do desterro em que se encontra, onde vê tantos males, sem os poder remediar.