PT-AHU-CU-024-0062-04742_m0001.TIF - OFÍCIO do governador de Cabo Verde, António Pusich, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], em que, tendo o comandante interino da ilha da Boavista manifestado uma absoluta insubordinação, tanto a este governo, como a esta Junta da Fazenda Real, e constando que de acordo com alguns dos mais poderosos habitantes daquela ilha, dirigiu uma representação ao actual governo de Portugal, em que declarava querer ou a separação de dependência deste governo, abraçando o novo sistema político ali estabelecido, ou reduzir toda esta capitania ao mesmo sistema, dando-se-lhe as forças necessárias, tendo determinado o dia 19 para a proclamação na ilha da Boavista; assim, para conservar nas restantes ilhas a devida obediência a S.M. e a tranquilidade pública e usando da maior prudência política, foi obrigado a curar um veneno com outro, nomeando para capitão-mor interino daquela ilha, o sargento-mor de milícias da mesma, António de Sousa Machado e genro de Manuel António Martins, declarando perentóriamente a este último, que ele e só ele com a sua família, ficará responsável perante S.M., por qualquer acontecimento que possa ocorrer, pois ele e a sua numerosa família dominam aquela ilha e os seus habitantes, ocupando todos os lugares públicos da mesma.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, António Pusich, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], em que, tendo o comandante interino da ilha da Boavista manifestado uma absoluta insubordinação, tanto a este governo, como a esta Junta da Fazenda Real, e constando que de acordo com alguns dos mais poderosos habitantes daquela ilha, dirigiu uma representação ao actual governo de Portugal, em que declarava querer ou a separação de dependência deste governo, abraçando o novo sistema político ali estabelecido, ou reduzir toda esta capitania ao mesmo sistema, dando-se-lhe as forças necessárias, tendo determinado o dia 19 para a proclamação na ilha da Boavista; assim, para conservar nas restantes ilhas a devida obediência a S.M. e a tranquilidade pública e usando da maior prudência política, foi obrigado a curar um veneno com outro, nomeando para capitão-mor interino daquela ilha, o sargento-mor de milícias da mesma, António de Sousa Machado e genro de Manuel António Martins, declarando perentóriamente a este último, que ele e só ele com a sua família, ficará responsável perante S.M., por qualquer acontecimento que possa ocorrer, pois ele e a sua numerosa família dominam aquela ilha e os seus habitantes, ocupando todos os lugares públicos da mesma.