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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, João da Mata Chapuzet, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde de Subserra [Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real], a informar que quando chegou à província, o Hospital da Misericórdia encontrava-se num estado deplorável, de modo a poder dizer-se que os doentes não iam para um hospital, mas sim para um cemitério, sendo inclusivé forçados a mendigar para o seu sustento; não haviam pratos, toalhas, lençois, guardanapos, tigelas, nada; participa que foi nomeado provedor da Santa Casa, em 1823, tendo começado a remediar os males, a saber: organizou a contabilidade, receberam-se a maior parte das dívidas e pagaram-se as enormes dívidas que a Santa Casa tinha contraído noutros tempos; compraram-se todos os utensílios em falta; estabeleceu-se uma botica muito completa; consertou-se uma grande parte do edifício e finalmente, existe tudo quanto é preciso para o curativo de 30 pessoas; pede para que S.M. tome este estabelecimento debaixo da sua imediata protecção; tudo isto fez com os doentes começassem a afluir ao hospital, tendo perdido o medo que a antiga Santa Casa lhes infundia; sendo o rendimento da Santa Casa, de 1 conto de réis anuais, contribuíu do seu bolso com 50 mil réis mensais, para o tratamento dos doentes.