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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, João da Mata Chapuzet, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Joaquim José Monteiro Torres, sobre a impossibilidade da Santa Casa da Misericórdia da cidade da Ribeira Grande, de fazer face às despesas correntes do seu hospital; para enfrentar estas dificuldades, propõe o seguinte expediente: na ilha do Maio existe uma grande salina, a qual nunca foi dada em sesmaria, aforada ou arrendada; as águas do mar impelidas pelos ventos do Sul, cobrem aquela vasta extensão de planície nos meses das chuvas, e passando estas, todo o habitante daquela ilha que pretenda extrair sal, sem intervenção da autoridade, toma a seu arbítrio uma porção da referida salina, para tirar o sal, vendê-lo ou exportá-lo; pede que S.M. ordene o lançamento do imposto de 100 réis em cada moio de sal, que de lá se extrair, em benefício do Hospital da Santa Casa da Misericórdia; cada moio de sal é exportado no valor de 4 mil réis, e a totalidade deste imposto atingirá anualmente, de 300 a 400 mil réis.