CARTA do provedor da Fazenda Real de Angola, Manuel Antunes de Almeida, ao rei [D. João V] sobre as desordens ocorridas na distribuição mensal de farinha aos soldados, devido à escassez e à má qualidade da mesma; tendo descoberto que o assentista [António Saraiva de Carvalho] dava aos soldados metade da quantidade de farinha ajustada e no valor restante descontava o pagamento de outros géneros, que vendia a preços excessivos, declarando que esses negócios eram proibidos no capítulo 70 do regimento das fronteiras e remetendo autos que comprovavam o negócio; referindo que a falta de farinha no presídio de Benguela não puderia ser colmatada pelo depositário porque o contratador [dos direitos reais, Rodrigo da Costa de Almeida] devia muita quantidade de farinha e dos direitos da farda, mas que nada fora feito porque o filho do contratador era escrivão da Fazenda e o provedor [Rodrigo Rebelo da Silva] queria ser seu genro.