CARTA do provedor-mor da Fazenda Real de Angola, Francisco de Santa Bárbara e Moura, ao rei [D. João V] sobre o cabido e a sede vacante de Angola terem de garantir que os escravos que embarcassem para o Brasil fossem baptizados e catequizados, para que em caso de morte tivessem salvação, e que o catequizador fosse substituído se não cumprisse o seu dever, devendo o signatário fazer cumprir o capítulo 99 do livro 5.º da ordenação do reino, mandando pôr editais para que os senhores de escravos não alegassem ignorância; mencionando casos de dois baptismos à mesma pessoa e a hesitação em pôr editais, porque a carta régia falava em sede vacante, mas o deão servia de governador do Bispado; esclarecendo que sempre tentara que os navios levassem capelão, até porque a mortalidade dos escravos era muita, mas o deão dava certidões em como os navios não podiam levar capelão, devendo Sua Majestade ordenar aos Bispos para enviarem capelão nas embarcações que levassem escravos ao Brasil; referindo casos em que se queixara, sem sucesso, ao deão, pela falta de capelões nos navios, considerando inúteis as justiças eclesiásticas que substituíam o Bispo D. Luís Simões Brandão, que tinha conhecimento de tudo e podia informar Sua Majestade.