CARTA do juiz de fora e dos órfãos da cidade de Luanda, João Rodrigues de Matos, ao rei [D. João V] sobre as controvérsias entre o ouvidor e o juiz de fora quanto à administração da justiça e o prejuízo que isso causava aos moradores, principalmente com o ouvidor Francisco Pereira da Costa que queria interferir em tudo e porque os oficiais da Justiça e da Ouvidoria eram os mesmos e não sabiam a quem obedecer; dando como exemplo o caso dos órfãos do falecido Domingos da Cruz Ribeiro, no qual o ouvidor dera provimento ao tutor deles, José Belém Baudium, em detrimento do interesse dos órfãos, por ser amigo do tutor; informando que o ouvidor não tomava as contas aos tutores, nem tirara a residência ao juiz dos órfãos Manuel Monteiro da Rocha, tendo ainda lesado José da Rocha Freire na cobrança do contrato real, a favor de outro amigo seu, Manuel Pinto da Costa, e prejudicado o órfão Bernardino Pinheiro Falcão.