CARTA do ouvidor geral de Cabo Verde, Sebastião Bravo Botelho, ao rei [D. João V] sobre o uso abusivo do Bispo, D. frei José de Santa Maria de Jesus, da sua jurisdição eclesiástica, usurpando a jurisdição real, por influencia do seu conselheiro e vigário geral, [António Henriques Leitão], revogando, restringindo e ampliando leis, tomando resoluções várias e contrárias às ordenações do Reino, de entre as quais, a publicação de uma Pastoral que achava tirana e ousada, cuja deliberação era sentenciar todos aqueles que deixavam fugir seus escravos, à pena de pagamento de uma quantia ou entregá-los ao Juízo Eclesiástico para os açoutar em praça pública, no pelourinho; e acerca das consequências dessa medida, as queixas que havia, como consequência, a exemplo do caso do tenente general, João de Barros Sousa Bezerra, um dos principais da terra e de família influente.