CARTA do governador das ilhas de Cabo Verde, João Zuzarte de Santa Maria, ao rei [D. João V] dando conta de outra, do capitão e sargento-mor da ilha do Fogo, Caetano de Melo e Albuquerque, informando sobre os acontecimentos ocorridos nos Mosteiros, aonde tinha ido a 13 de Junho, dia de Santo António, passar revista das gentes do norte; acerca da emboscada de que fora vítima, no regresso para a vila de São Filipe, no sítio da Ribeira de Aguada, Monte Preto a Aleixo Gomes, com os demais companheiros, o capitão da Companhia da guarda, Luís de Souto Amado, o capitão de Infantaria, Pedro Lopes de Fontes, dos ajudantes, João de Araújo e António Pires, um soldado de cavalo por nome, Francisco Gomes da Cruz e outros, preparada por foragidos e encabeçada pelo criminoso, Bartolomeu de Pina e Francisco Lopes, João de Lila, Manuel Tavares e António Correia, incitados pelos principais levantados daquela ilha, como sendo, Filipe Correia da Silva e seu irmão, Simão da Costa Fidalgo, e Leão de Barros e seus primos, Francisco Vieira, Tomás Fernandes Vieira e João Vieira da Cruz, todos irmãos; pedindo para que lhe mandassem sucessor, sem embargo do tenente de cavalos, José Cláudio Mendes Rosado, ter assumido o cargo publicamente; comunicando sobre a prisão daqueles foragidos e da sua transferência, em segurança, para a cadeia da cidade da [Ribeira Grande], por serem todos aparentados uns com os outros; informando sobre o arrombamento da prisão, o que originou a deserção de todos os presos; e sobre as suspeições que ele, governador, tinha sobre o dono das casas contíguas à cadeia e acerca das diligências que tem feito para recolher os referidos presos, aos quais, diferente de Cacheu, não podiam ser aplicados castigos, pelos seus delitos, com pena de morte executada pelo capitão-mor.