CARTA do ouvidor-geral de São Paulo, Manuel de Melo Godinho Manso, na qual, por ordem de (D, João V) informa acerca do que representou o seu antecessor (Rafael Pires Pardinho) dizendo estar servindo todos os ofícios de cada vila, um só sujeito, e que se devia criar mais um lugar de tabelião na de Paranaguá . Diz que ele discorda desta opinião pelo prejuízo que se segue aos seus moradores de andarem separados os oficiais, porque, sendo os ordenados pequenos, cada qual furtava o que pedia, razão por que, onde os achou divididos, os juntou. Quanto a criar-se novo tabelião naquela vila, diz que mais gente tem a de Taubaté e Itu e em qualquer delas serve um só. Sobre a lotação de todos os cargos da comarca, a Fazenda Real muito tem perdido nos novos direitos, a começar pelo de escrivão que, estando lotado em 30 mil réis, foi avaliado em 3 mil cruzados e o de meirinho que, lotado em 12 mil réis, foi avaliado em 300 mil reis sucedendo em muitos outros a mesma coisa. É de parecer que o Rei devia mandar fazer regimento sobre este assunto como propôs, porque assim aumentarão as lotações e levará cada ofício o que lhe pertencer e não como sucede até ao presente. Conforme o disposto no Alvará de 1699 mal se podem servir os cargos pela carestia da terra como também por ir muita gente para as minas e quem tem alguma inteligência resolve ir para elas ou se abstém de servir por tão pouco.