CARTA do (goevernador e capitão-general da capitania de São Paulo), Rodrigo César de Meneses, para o (governador e capitão-general do Rio de Janeiro), Aires de Saldanha de Albuquerque (Coutinho Matos e Noronha), em que dá conta das intrigas tecidas pelo ouvidor-geral da comarca de São Paulo, Manuel de Melo Godinho Manso e o (governador e capitão-general da capitania de Minas Gerais), D. Lourenço de Almenla, assegurando o primeiro que se não fora a sua atividade, valor e persuação, não se conseguiria a casa da fundição. Já muitas vezes Rodrigo César de Meneses tem livrado o ouvidor-geral de insultos e até da morte pela sua “soltura de língua”, que chega ao ponto de insultar os conselheiros do (Conselho Ultramarino, e os desembargadores da Relação da Bahia. Ultimamente, procura convencer as pessoas a que não vão para Cuiabá. O clérigo Francisco Justo, que tinha ido para Cuiabá por provisão do falecido Bispo (do Rio de Janeiro, D. Fr. Francisco de S. Jerônimo, (?)), foi dali expulso pelos régulos Lemes. O citado ouvidor-geral aconselhou-o, porém, a que obrigasse umas pessoas, citadas num papel, a pagarem-lhe, o prejuízo. Depois de chamado à presença do governador de São Paulo, o clérigo suspendeu a dita cobrança, mas o ouvidor-geral persuadiu-o a queixar-se ao Cabido e depois a Lisboa.