CARTA do vigário capitular de São Paulo, Manuel de Jesus Pereira, para (D. José I) expondo a questão que se debatia entre os bispados de São Paulo e Mariana, suscitada pela nova divisão das capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Em 1759 mandara o (governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro) conde de Bobadela, Gomes Freire de Andrada, proceder à nova divisão das capitanias, mas o ouvidor do Rio das Mortes, Tomás Robim (sic) não seguira o projeto da divisão; não fora pelo caminho que ia para Guaratinguetá, não subia ao alto da serra Mantiqueira traçando uma reta até dar na de Mojiguaçu, mas fora direito ao Rio Sapucaia e passou 20 léguas para além do ponto donde devia principiar. Informa, o Rei, que desta má divisão entrara o Bispo de Mariana na posse das igrejas, que ficavam dentro dos novos limites e no ano de 1764 o (governador) e capitão-general da (capitania) de Minas Gerais, (Luís Diogo Lobo da Silva), passara a fazer nova divisão das ditas capitanias por ordem alcançada do vice-rei, do (Estado do Brasil, conde de Azambuja D. Antônio Rolim de Moura). Perante a nova espoliação das freguesias e expulsão dos seus vigários apelava para o Rei, enviando-lhe a correspondência trocada entre ele e o cabido de Mariana, desejando a melhor solução, uma vez que aquele bispado era a que menos igrejas tinha por lhe haverem sido anexados anteriormente e achava também, que o parecer lhes devia ser favorável, porque da união daquelas terras às Minas Gerais nascia um maior prejuízo do que se continuasse com a antiga situação.