OFÍCIO do (governador e capitão general da capitania de São Paulo) D. Luís Antônio de Sousa (Botelho Mourão, morgado de Mateus), para D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, dizendo-lhe quanto era prejudicial para os interesses de (D. José I) que os castelhanos tivessem aproveitado o seu atraso, motivado por falta de material, para avançarem sobre o Iguatemi Encontrava-se a dita praça sem defesa alguma, de maneira que, se os espanhóis tentassem conquistar e ao rio "Ipane" ou subindo o rio da Prata ocupar algum posto ao Norte de Vacaria, tal como bloquearem a Nova Colônia do (Sacramento), fortificando Montevidéu ficariam por este lado muito expostos os domínios do Rei, demais que se encontravam abertas as capitanias de Cuiabá e Goiás . No caso de serem ocupados pelos castelhanos, tornar-se-ia necessária a sua expulsão. Achava que o plano dos castelhanos era desembaraçar-se do "ciúme e diversão" que lhe poderíamos fazer pelo Iguatemi, impedindo assim que atacassem as suas províncias e podendo eles, pelo contrário, concentrar as suas forças na conquista de Viamão, o qual tinha como melhor defesa a "diversão" que lhe fazíamos pelo Paraguai. Refere-se também à defesa proposta por ele ao vice-rei do (Estado do Brasil, D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão Eça e Melo Silva e Mascarenhas, marquês de Lavradio), que achava a única capaz de resistir aos Castelhanos, visto que estes receberiam facilmente, socorros de Buenos Aires, enquanto que no Iguatemi assim não sucederia, devido à distância existente entre esta praça e as capitanias de São Paulo e do Rio de Janeiro.