OFÍCIO do desembargador que serve de presidente da Mesa da Inspeção [do Rio de Janeiro], José Feliciano da Rocha Gameiro, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], D. Rodrigo de Sousa Coutinho, informando o estado atual da agricultura, os métodos utilizados para cultivar o terreno, enumerando as dificuldades encontradas pelos lavradores e senhores em aumentar a produção dos géneros, por terem de ceder seus escravos para supostos serviços da Fazenda Real, sem receberem nada em troca; por se tomarem suas produções também para a Fazenda Real por preço menor que o corrente; o contrabando de mão-de-obra escrava para Montevidéu; o problema causado ao não se utilizar toda a produção de aguardente na compra de escravos, permitindo a venda de milhares de pipas de cachaça nesta terra que ocasiona problemas de saúde e incita a desordem pública; citando os inconvenientes causados pelas Câmaras que não apoiam a exportação dos géneros em grande escala e os benefícios em se fazer um armazém público para os lavradores entregarem com segurança os seus géneros.