OFÍCIO do nomeado governador da praça de Cacheu, José Joaquim Lopes de Lima, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde de Basto [José António de Oliveira Leite de Barros] sobre as providências necessárias e indispensáveis a tomar para o êxito dos melhoramentos que promete enquanto governador da mesma praça, tais como: 1) fortificar de novo a praça com fosso e parapeito; criar nesta praça e suas dependências um corpo de milícias dando patentes de oficiais aos habitantes beneméritos que dividam a despesa da fortificação, e que os soldados da milícia sejam os grumetes, negros livres que vivem nestas praças, os quais honrados com o título de soldados portugueses se unirão mais ao partido português e úteis como defensores, emissários e espias; 2) recuperar o comércio desviando o trato clandestino das nações estrangeiras e estender a Bissau e Cacheu o pagamento de direitos das transacções mercantis em navios portugueses iguais a Angola, Benguela e São Tomé; 3) reedificar a casa-forte; 4) restituir a regularidade à Administração Financeira e Civil; 5) reorganizar a tropa com o auxílio do governador-geral de Cabo Verde para reforçar as guarnições com soldados robustos e oficiais capazes; pagar regularmente à tropa; remessa do Arsenal do Exército de 200 fardamentos e 200 pares de sapatos e correame do antigo; que do trem sejam enviados no brigue São Boaventura 8 ou 10 peças de calibre 9 ou 12, para as novas fortificações; 6) melhorar a produção de cargas de madeira e de arroz; 7) nomeação de um cirurgião e a concessão de uma pequena botica; 8) nomeação de um coadjutor ao vigário da praça pelo Bispo da província e necessidade de duas sinetas, uma para a capela e outra para o serviço da praça.