CARTA do governador de Cabo Verde, António Machado de Faria e Maia, à rainha [D. Maria I], sobre: requerimento do capitão-mor da vila da Praia, Luís Pedro de Araújo e Silva, a pedir para ficar sucedendo no governo interino; situação dos povos gentios, sem autoridade e vivendo em anarquia; informa da existência de 2 partidos, respeitantes ao atentado que provocou a morte do ouvidor-geral, João Vieira de Andrade; o primeiro é formado pelos parentes do cabeça do referido atentado, o coronel, António de Barros Bezerra, que morreu na corte e o segundo, pelo coronel, João Freire de Andrade, com todos os seus parentes e amigos; este último é o mais poderoso e sobre ele recaem as maiores queixas, tanto dos nacionais, como dos europeus aqui estabelecidos; este coronel arroga a si toda a jurisdição dos 3 membros que deveriam constituir o governo interino, segundo o regimento; propôe que fiquem a governar, sómente o Bispo e o capitão-mor da vila da Praia.