OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, D. Fernando António de Noronha, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Visconde de Anadia [João Rodrigues de Sá e Melo], a informar da chegada de um navio corsário francês, de nome "L' Esperance", tendo-lhe o seu capitão pedido licença para fazer aguada, lenha e algumas provisões, o que lhe foi concedido; este navio traz a bordo 130 pessoas de diversas nações, tendo sido armado nas ilhas Maurícias e vinha do Cabo a fim de aprisionar alguns navios ingleses, que vêm ao Zaire comerciar pretos; tendo largado da costa no dia 5, veio a reaparecer ancorado no mesmo lugar no dia 16; informou que tinha feito duas presas no rio Zaire e que se destinava a Montevideu ou "Caênna" e não tendo mantimentos para seguir viagem, pediu-lhe novamente para ser provido do que fosse necessário, não lho tendo concedido baseado no decreto de 3 de Junho de 1803, que proíbe serem recebidas nos portos portugueses, presas das potências beligerantes e corsários; considera que o seu intento seria vender uma presa e a carga e por isso regressou a este porto, tendo finalmente saído.

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