OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, José de Oliveira Barbosa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro], em que, tendo conhecimento que os negociantes e moradores de Benguela, são dominados do espírito de partido a favor ou contra os governadores e ministros, segundo a proteção e amizade que neles encontram, não deu maior atenção a várias queixas particulares, limitando-se a deferir alguns requerimentos, sempre comunicando com o governador, tendo adotado este sistema por lhe parecer mais prudente; informa da chegada de uma canoa de Benguela, na qual veio sem licença do governador, um sargento de milícias, João Gualberto de Barros, a fim de se queixar do governador e fugir das violências que receava; este sargento foi o portador de um requerimento com alguns capítulos, que contra o governador assinaram vários negociantes e moradores; remete os requerimentos, para evitar que do seu silêncio resultem consequências prejudiciais e irremediáveis pela demora das providências a tomar; pede para não ser ouvido sobre este assunto, pois não conhece em Benguela pessoas que o possam informar, que estejam isentas de paixões particulares e não ver em Luanda, sujeito a quem se incumba indagação exata e imparcial sobre os mesmos requerimentos.

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