OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, José de Oliveira Barbosa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro], a remeter a Conta dos Rendimentos e Despesas da Câmara de Luanda, relativa ao ano de 1812; informa que convidou os negociantes e os lavradores, em conformidade com a carta régia de 12 de Novembro de 1765, e de comum acordo impôs-se o tributo de 40 réis em cada exeque de milho, que entre no Terreiro Público; tomou conhecimento da quantia gasta em propinas para o luto do Infante D. Pedro Carlos, no valor de 400 mil réis; faz uma análise exaustiva do assunto; participa que o juiz presidente e o senado não compareceram às exéquias celebradas pelo Cabido na catedral, nem acompanharam as procissões do Corpo de Deus e dos Passos; queixa-se da aliança entre os dois magistrados, os quais vendem a justiça descaradamente, extorquindo ao povo o seu cabedal, pelos meios mais vergonhosos; informa da mágoa que sente, pedindo para ser retirado do lugar que ocupa, pois não pode cooperar com todos aqueles que seguem máximas opostas à religião, à justiça e ao decoro próprio aos seus empregos.

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