OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Luís da Mota Feio [e Torres], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde da Barca [António de Araújo de Azevedo], a informar que no seu ofício Nº 27 de 9 de Setembro, já tinha exposto que as autoridades da capitania de Benguela entravam em conflito continuadamente, tendo daí resultado diversas desordens; ao mesmo ofício tinha junto todos os documentos que lhe foram remetidos de Benguela, pelo governador interino, sargento-mor, José Joaquim Marques da Graça, pelo juiz de fora e pelo vigário, acerca da prisão que o mesmo juiz de fora tinha feito ao vigário; participa que ficou esperançado, que logo que fosse mudado o vigário e chegasse o novo governador, cessariam as desordens, mas tal não aconteceu, e o vigário foi restituído ao seu lugar na Catedral de Luanda; atearam-se novamente as desordens, levadas a excesso; acusa a receção de diversas representações e mais documentos sobre o assunto; dá conta que faz um muito bom conceito do caráter e das boas intenções do atual governador de Benguela e tendo visto que o juiz de fora se portou imprudentemente, sem juízo algum, na prisão que fez ao vigário dentro da igreja, conclui que ele tem sido a origem de todas as desordens; pede providências urgentes.

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