OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde de Subserra [Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real], sobre: o estado deplorável em que se encontram os conventos, dando conta das providências indispensáveis que tomou; o último religoso existente no convento de Santo António, faleceu , sendo síndico do convento um rico negociante, o qual também faleceu, não se tendo apurado contas nem feito inventário; os conventos de Santo António e do Carmo, pertencem à Fazenda Real, sendo o de São José da Ordem; neste convento havia um único religioso, que faleceu, tendo este frade sido um grande ladrão, que deixou arruinar o convento, tendo vendido uma das fazendas ("Arimos") do convento por um conto de réis, que entregou ao seu prelado, o qual deve ser responsabilizado, porque parece-lhe que os religiosos não podem vender os seus fundos arbitrariamente, sem licença da Mesa do Melhoramento ou do Tribunal; na cidade existem 2 frades que são capelães das embarcações de guerra "Amazonas" e "Galatea", os quais queriam vender o convento e levarem para Lisboa o dinheiro e outras peças religiosas; afiança que a arrecadação há-de ser feita debaixo da mais escrupulosa fiscalização; tenciona utilizar a quantia que se apurar no arranjo dos conventos; a Sé, a igreja de São João, a igreja dos Jesuítas e outras capelas, já só têm paredes e as funções da Sé, são desempenhadas na igreja do convento de São José.

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