OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Joaquim José Monteiro Torres, a informar sobre a Misericórdia existente no presídio de Massangano, a qual ardeu; este situa-se na margem direita do rio Quanza, a 34 léguas da sua foz e a mais 10 de Luanda; a povoação existente neste lugar era distinta dos outros presídios, por ali se terem refugiado as autoridades portuguesas quando da ocupação holandesa, sendo o único lugar do sertão de Luanda onde houve uma Misericórdia e a nomeação de uma câmara, porém atualmente já nada a distingue dos outros presídios; a dita povoação foi designada com o título de "Nossa Senhora da Vitória de Massangano"; faz uma descrição a análise dos Povos Quissamas, suas características, localização, organização, comércio, etc.; informa que na história das nossas antigas guerras com estes povos, verificou-se sempre no fim a nossa retirada, devido à falta de água; participa que a maior dificuldade da nossa comunicação por terra com o Novo Redondo, se encontra ultrapassada, porque após diversas tentativas, enviaram-se 3 remessas de gado vacum (perto de mil bois), os quais atravessaram por entre os nativos Quissamas, utilizando termos brandos e donativos, que os convenceu de que não queremos a conquista do seu país, nem a posse das suas grandes salinas minerais.

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