REPRESENTAÇÃO dos negociantes e fabricantes da praça de Lisboa, ao rei [D. João VI], na qual fazem uma longa e circunstanciada exposição sobre o comércio da Costa de África, referindo diversos assuntos, tais como: consequências que resultaram da Côrte fixar a sua residência no Rio de Janeiro; história do comércio desde o reinado de D. João V; interrupção do comércio com o Brasil e as desordens existentes nas cidades marítimas, que vieram paralisar as suas especulações para os portos de Angola, animando também os suplicantes a empregar os seus cabedais na restauração do seu comércio, procurando deste modo suprir o que faziam com o Brasil; ao fim de 4 anos acaba o comércio da escravatura, pelo tratado feito com a Inglaterra e seria prudente conceber medidas, que animassem o comércio dos produtos dos trópicos ali cultivados; consideram que o Alvará de 6 de Dezembro de 1824, foi para assegurar aos suplicantes um ensaio de providências interinas para dito fim; refere que no reinado de D. João V, a praça de Lisboa despachava anualmente mais de 30 navios, só para Angola; a guerra com os holandeses na costa de África, foi fatal à navegação direta que daqui se fazia; analisa as consequências do dito Tratado, nomeando outros portos; os suplicantes só querem a observância do disposto no Tratado, na parte que lhes é favorável; refere diversos géneros transacionados com Portugal, como a pólvora, ferragens, panos de linho, panos grossos de lã, chapéus, chitas, vinhos, etc, ; admissão a baldeações e direitos a pagar; os suplicantes limitam-se ao que é de sua conveniência, o que S. M. terá presente, pois não é justo que os que desempararam o seu domínio, sejam mais atendidos que os suplicantes, que foram sempre fiéis a S.M.

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