OFÍCIO do governador de Benguela, João Victor Jorge, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Joaquim José Monteiro Torres, a acusar a receção pelo bergantim "Gloria" de um ofício de 24 de Dezembro de 1825, acompanhando um frasco de semente de "Teca", o qual distribuiu pelos presídios e pelos particulares que possuem "arimos/quintas" nos arrabaldes da cidade, e como a semente chegasse no tempo das chuvas, espera-se um feliz resultado da sementeira; informa que não choveu durante quase 2 anos, o que originou grande consternação, tanto dos habitantes da cidade como dos gentios, devido à mortandade de gente, gado e privação das produções agrícolas; participa que os capitães-mores dos presídios têm-se queixado nos seus ofícios, da desobediência dos sobas e dos gentios, os quais têm incomodado os feirantes no trânsito das suas fazendas para o sertão, tendo os roubos sido frequentes; informa que o bergantim "Gloria" foi socorrido com 72 arrobas de carne salgada e recebeu 1:007$500 réis para as comedorias e os soldos requeridos pelo seu comandante; participa também, que a charrua "Maia e Cardoso", fundeou no porto em 30 de Abril e fez-se à vela em 7 do corrente, tendo sido socorrida com o que precisava e recebido 1:227$800 réis para o pagamento de 2 meses de soldo à guarnição; remetem-se por este navio, 13 barricas de enxofre, que pesam 106 arrobas e 104 pontas de marfim, pesando 2:308 e meio, na importância de 479$960 réis; chegada da charrua "São João Magnânimo", a qual fundeou no porto em 6 do corrente, tendo sido socorrida com o que precisava, e recebido 529$200 réis para o pagamento de um mês de soldo à sua guarnição.

Record not reviewed.