OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao o [secretário de estado da Marinha e Ultramar], José António de Oliveira Leite de Barros, a informar da entrada no porto de duas embarcações do Estado, que trouxeram oficialmente as notícias do feliz regresso de S.A.R. a Portugal, transmitidas pelos documentos públicos do Brasil; estas notícias referem uma revolução no Porto, que estendera as suas forças em poucos dias até Condeixa, a abominável resolução do governador da Madeira e 2 decretos de S.M. o Imperador do Brasil; considera que as circunstâncias comerciais de Angola, na época em que vai terminar o comércio da escravatura, são muito particulares, informando que a maior parte dos fundos dos capitalistas de Luanda, se encontram empregados em consideráveis empresas daquele comércio, uns no Brasil e outros no sertão; a ideia de um bloqueio ou de uma simples proibição de despacho do Brasil para o porto de Luanda, faz estremecer os habitantes, que ficariam imediatamente arruinados; acusa a receção das notícias sobre a Aclamação de S.M. em Lisboa; em demonstração dos sentimentos dos portugueses em Angola, tiveram lugar os 2 Autos, de que remete cópia, pelos quais foi aclamado e se jurou fidelidade ao senhor D. Miguel I, rei dos portugueses, não se poupando a demonstrações públicas emanadas do Senado da Câmara e aos festejos públicos no palácio do governo; deliberou demorar o brigue de guerra e fica esperando as ordens de S.M., que cumprirá como seu muito fiel vassalo.

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