OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, coronel de Artilharia Gabriel António Franco de Castro, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] visconde de Anadia [D. João Rodrigues de Sá e Melo] sobre a sua chegada à ilha de São Tomé e descrevendo o que encontrou, a saber: a polícia militar e cível que assegura a tranquilidade pública e defesa da ilha, merece prontas providências; estado da tropa decadente, estando grande número de oficiais sem patentes nem provimentos; armas estragadas e inúteis, munições velhas, fortificações arruinadas e artilharia incapaz com os seus reparos danificados; estado da ilha inculta, cheia de matos e grandes arvoredos, estando os povos quase incomunicáveis por falta de caminhos entre as freguesias; existe grande quantidade de madeiras, de boa qualidade, entre elas a boa Cicupira, que são cortadas pelo povo a seu livre arbítrio; a parte Sul da ilha é habitada pelo gentio denominado Angola há cerca de 120 anos, só sendo possível ir aqueles sítios em canoas, com grande risco por falta de um caminho; tudo isto pretende analisar de maneira a tomar as providências adequadas; informa que os povos da ilha têm boa índole, porém o ex-capitão-mor desta ilha, João Ferreira Guimarães tem semeado a discórdia, pela sua fuga da prisão, conflitos de jurisdição, etc.; informa que tenciona ir visitar a ilha do Príncipe.