CARTA (cópia) do [secretário de estado da Marinha e Ultramar] visconde de Anadia [D. João Rodrigues de Sá e Melo] ao rei do Daomé, a informar que levou à presença do Príncipe Regente, a carta que lhe escreveu trazida pelos seus embaixadores, os quais foram recebidos com agrado, tendo sido ordenado que fossem assistidos o melhor possível, durante o tempo da sua residência na Corte e concedido licença para passarem à Bahia, determinando ao seu governador, a mesma assistência de qualidade; no entanto, S.A.R. não esqueceu as queixas do seu comportamento, pelos insultos e violências praticadas contra o comandante português, do Forte de Ajudá e também por conservar vários portugueses presos; achando-se deste modo, ofendido o decoro e a soberania da Coroa de Portugal, não pode S.A.R., nem escrever, nem condescender no que lhe pede, sem que sejam libertados os portugueses cativos e restituídos ao comandante de Ajudá, os escravos e efeitos que lhes tomou; estas são as condições que deverão ser satisfeitas para a normalização das relações; porém, não quis S.A.R. deixar partir os embaixadores, sem lhe remeter por eles um pequeno sinal da sua Real Benevolência e da sua propensão para cultivar a antiga amizade e comércio, que de tempos imemoriais têm existido entre a Nação Portuguesa e o vosso povo.