OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] a informar que em Agosto ancorou neste porto, o bergantim Arlequim, capitão, António Caetano Firme, proveniente de Boni, carregado de escravos; este navio trouxe por humanidade, 20 marinheiros da galera espanhola Avaniera, capitão, D. Caetano Olivella, armada no porto de Havana, sendo proprietário D. Blasmorao, negociante da mesma praça; esta tinha naufragado na barra de Boni, tendo morrido 5 homens; aos restantes infelizes, o capitão Firme recusou levá-los ao Rio de Janeiro, e assim recorreram a este governo, para que a Fazenda Real lhes desse o necessário para o seu sustento e viagem; ainda que a humanidade, amizade e a estreita aliança, advogarem esta causa a seu favor, consultou o doutor desembargador provedor da Fazenda Real e ao capitão Firme; finalmente determinou que fossem socorrido os marinheiros espanhóis, pois os restantes são portugueses, tendo a Fazenda Real suportado as despesas.