CARTA do governador e capitão-general de Angola, Pedro César de Meneses, ao rei [D. João IV] sobre os factos que nortearam a tomada de Luanda pelos holandeses, advertindo que a praça de Luanda era indefensível, toda aberta e com poucos homens na sua maioria despreparados para a guerra, negando que na época da invasão holandesa se encontrasse em guerra com o rei do Congo; referindo as dificuldades que tivera para avisar sobre os ataques dos holandeses, as notícias que teve de um possível levantamento de sete sobas, tendo-os prendido; desejando fortificar o presídio de Massangano, onde tinha estado com os seus homens após ter saído de Quilundo, por não ter munições e pólvora suficientes para fazer face aos holandeses; tinha enviado os capitães António Brito e António de Abreu Miranda ao Congo para castigar os sobas rebeldes, entre eles Nambuacalombe, que acabou por ser morto; informando que os sobas de Montemo e Nambuangongo tinham morto muitos portugueses e religiosos, apoderando-se das suas fazendas e que os sobas de Cabinda e Engombe tinham negado obediência ao rei de Portugal e prestado vassalagem ao rei do Congo; comunicando que alguns clérigos e portugueses foram presos por ordem do rei do Congo; solicitando um engenheiro para tratar das obras de fortificação no Dande, os materiais necessários para a obra e alguma artilharia pesada; pedindo que fosse enviado um novo governador para o substituir por motivos de saúde e recomendado que fosse dada uma mercê ao capitão António da Fonseca Ornelas pelos seus serviços.