CARTA do ouvidor-geral de Angola, Manuel Pereira de Carvalho, ao rei [D. João V] sobre o administrador do contrato dos direitos reais de Angola, Pedro Machado de Figueiredo, e o seu irmão, João Maciel, responsabilizarem o governador João Manuel de Noronha e os seus agentes pelo baixo rendimento do contrato, procuravando desvalorizar o contrato para obter condições ainda mais vantajosas, apesar de lucrarem muito no despacho dos navios de escravos e nos avanços de fazendas nas fardas e na farinha; informando que quando o governador mandara examinar o copiador das cartas do administrador, este se homiziou no colégio da Companhia de Jesus, [assim como o seu sócio, Manuel Pinto da Costa], negando-se a sair, tendo o apoio dos padres da companhia; explicando que para evitar desordens alvitrou-se a questão da imunidade, o recurso ao governador do Bispado e ao juiz conservador e a mediação dos missionários capuchinhos, mas nada demoveu o reitor [António Viegas] e os padres, obrigando o juiz ordinário [capitão Manuel Rodrigues Barros] a entrar no convento, com o mestre de campo [José de Mesquita Brandão], alguns oficiais e soldados para retirar o homiziado, e apesar de não terem usado violência, foram acusados de sacrilégio e excomungados.