CARTA do [governador e capitão-general de Angola], D. António Álvares da Cunha, ao rei [D. José I] sobre as desordens no sertão, a proibição de homens brancos, mulatos e negros calçados irem ao sertão, os requerimentos do contratador, a prisão de gente sem religião nem respeito às leis, os salteadores de estradas que vendiam pretos forros; referindo que o ex-tesoureiro dos defuntos e ausentes de Ambaca, Diogo Rangel de Sande atravessava o negócio de escravos no distrito do Golungo e roubava os passageiros, tendo roubado o capote que o embaixador do potentado Golo trazia ao signatário quando se viera queixar da guerra que lhe fazia a rainha Ginga; explicando que a dita proibição beneficiava o comércio e o contrato de escravos porque vinham muitos escravos e mantimentos do mato, a bons preços; explicando as desvantagens em tentar fazer justiça e castigar os delinquentes que prendia, como Inácio José de Amaral, devendo assentar-se-lhes praça, com fiador, e no caso de serem de Angola serem enviados para o Brasil, Benguela ou Caconda; afiançando que cumpriria as ordens relativas aos rendeiros dos dízimos, seus cobradores e tesoureiros da bula.