CARTA do [governador e capitão-general de Angola], D. António Álvares da Cunha, ao rei [D. José I] sobre as razões porque lançara um bando na cidade, nos distritos e presídios daquele reino, a fim de obrigar os dizimeiros a cobrar apenas os dízimos em frutos da terra, ao invés de sal, baeta ou serafina, nomeadamente porque percebera que as margens dos rios Quanza e Lucala, apesar de serem férteis e amenas, estavam desertas devido às violências que os dizimeiros exerciam nas províncias da jurisdição de Ambaca, ou seja, em Lucamba, Dongo e Ary, cobrando rendas indevidas; afirmando que os negros não se conseguiam queixar ao seu antecessor, marquês do Lavradio [António de Almeida Soares Portugal de Alarcão Eça e Melo], que o ex-capitão-mor Apolinário Francisco era cúmplice dos rendeiros dos dízimos, e que o responsável pela ideia daquelas cobranças fora o rendeiro Manuel da Silva Guimarães, irmão do escrivão da Fazenda Real, António da Silva Guimarães.