CARTA do [governador da ilha de São Tomé], D. José Caetano Souto Maior, ao rei [D. João V] sobre a chegada à Costa da Mina de dois directores de uma companhia inglesa, criada por mercadores de Londres, estabelecendo um deles, Roberto Mor, uma feitoria no porto de Apâ e, o outro, Heymelton, uma no porto de Anne Babû, onde, com as fazendas do seu país, resgatavam escravos, com os quais adquiriam tabaco aos navios do Brasil e com ele obtinham o ouro produzido naqueles portos; referindo as vantagens em aceitar que os ingleses trouxessem a São Tomé todos os escravos necessários ao Brasil, proibindo-se que os navios do Brasil fossem à Costa da Mina, deixando assim de pagar os 10% que a companhia holandesa lhes cobrava, cortando o fornecimento de tabaco aos holandeses, sem o qual não teriam como resgatar escravos, e diminuindo o contrabando de ouro em pó; dando conta que um navio de Bristol fora ao Luango e vira a fortaleza holandesa cercada por negros Fantins e Minas que queriam restituir o castelo aos portugueses, pelo que pedira ao vice-rei do Brasil o envio do iate para acudir a este negócio.