CARTA do governador das ilhas de Cabo Verde, Francisco de Oliveira Grans, ao rei [D. João V] dando conta da conclusão da devassa levada a cabo pelo desembargador sindicante, João Barroso Pereira, das mortes do antigo ouvidor geral, Sebastião Bravo Botelho, do irmão [Miguel Caetano Barros de Bravo], e seu tio [Sebastião Pereira da Silva]; sobre o bom procedimento com que este sindicante norteou a diligencia bem como o de seus oficiais; acerca do auxílio prestado em cumprimento da ordem régia; dando conta dos testemunhos que tirou do caso, embora a grande mortandade que entretanto assolara os moradores da ilha de [Santiago] devido a uma epidemia; sobre a narrativa dos acontecimentos em torno dessas mortes, lembrando as contestações que sempre existiram com os ouvidores, e pedindo, ponderada a miséria dos guardas envolvidos, um perdão geral, com o fundamento de terem agido a contragosto por mandado do governador, [Francisco Manuel da Nóbrega], de modo a evitar, com o seu pronunciamento, a sua ausência da [cidade], onde não existem mais do que três famílias.