OFÍCIO do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] Francisco Xavier de Mendonça Furtado sobre a ida dos mestres para a fábrica de Nova Oeiras e consequente início da construção da primeira fábrica, cuja data de exploração seria dentro de 3 a 4 meses; sobre os conhecimentos dos mestres como fundidores, e da obrigação de ensinarem aos brancos e negros a trabalhar com foles grandes e a arte de fundição; sobre a falta de carpinteiros, ferreiros e pedreiros, alertando para o descontentamento dos mestres em relação à falta de médico na povoação; realçando a importância que esta fábrica de ferro teria para o Erário Público; referindo o seu empenho e trabalho na construção da povoação de Nova Oeiras, a introdução de gado bem como casais de jumentos vindos do Brasil, conforme provam as cartas que envia escritas e assinadas quer pelos mestres, como pelo capitão-mor da povoação; necessidade de moeda de cobre e prata para pagamento dos mestres; informando que o fundidor Francisco Chenique enviara uma livrança de 50 mil réis, ora transformado em ouro, para ser remetido a D. António de Otanhes que seguia no saco da correspondência para o Reino com outras cartas; solicitando ordens régias quanto ao destino a dar ao ferro produzido, uma vez que nesta fase ainda não chegaria para todo o Reino; sugerindo por isso, a sua venda para o Brasil onde o preço triplicaria obtendo-se assim lucros que serviriam para colmatar as despesas iniciais com a construção da fábrica.