CARTA do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, ao [secretário de estado do Reino e Mercês], conde de Oeiras, [Sebastião José de Carvalho e Melo], saudando o conde e a sua família, dando conta do cumprimento das ordens régias; a remoção do contrato, o pagamento das livranças e a introdução de uma moeda segura deram um novo alento ao negócio e livraram os povos da tirania do contrato; solicitando o envio de homens quer para povoar como para casar com as viúvas, muitas delas ricas e que não tinham quem zelasse pelos seus negócios; sobre a presença dos franceses na costa norte de Angola, questão apresentada ao secretário de estado, e que com a expulsão, em 1723, dos franceses, ingleses e holandeses daqueles portos fez com que se deixasse de fortificá-los e guarnecê-los; sugerindo dois princípios que visavam melhorar e rentabilizar quer o negócio do comércio escravo, quer os negócios com os povos, que evitaria que recorressem ao comércio com os estrangeiros, contribuindo para isso o baixo preço dos escravos da Costa da Mina, o fim do trato com a Colónia do Sacramento, as despesas de defesa e fortificação de Angola face às invasões e pirataria, a deserção das tropas, os degredados, o comércio do tabaco; realçando a necessidade do envio de dois ministros, um para provedor da Fazenda e outro para ouvidor, em virtude do aumento dos negócio, advertindo que os mesmos deveriam ter experiência e conhecimento das funções que iam ocupar, pedindo ainda que essa nomeação só ocorresse depois da sua chegada ao Reino, a fim de esclarecer pessoalmente o que entendia ser melhor para o recrutamento desses oficiais.