CARTA do ouvidor da comarca de São Paulo, João de Sousa Filgueiras, para o (ministro e secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos), Tomé Joaquim da Costa Corte Real, pela qual informa ter comunicado aos oficiais da Câmara da cidade de São Paulo desejar que a cobrança do novo imposto se fizesse por grosso e por entrada, respondendo-lhe aqueles que assim se estava praticando, exceto naqueles gêneros da terra que pagavam por saída. Participa-lhe, também, que o governador interino do Rio de Janeiro, José Antônio Freire de Andrada, lhe mandara a carta real remetida a ele, para a Câmara da vila de Santos imitar no que pudesse a de São Paulo. Apresenta-lhe as diligências tornadas para prender os vereadores e procuradores que não aceitaram o imposto, entre eles João José da Silva, Bento Borges Chaves, André Coelho da Silva e João Afonso. Comunica-lhe, também, o envio das certidões das "lotações dos ofícios" para ver a falsidade com que foram passadas com consentimento do provedor (José de Godói Moreira) e a má arrecadação que a Provedoria da vila de Santos fazia, recebendo indevidamente os novos direitos, e dando como unidos oficiais que deviam andar separados. Espera que a desordem de arrecadação da Fazenda Real e o seu dano cessem, mandando o Rei suspender o dito provedor e fazer uma devassa por ministro integro.