OFÍCIO do (governador e capitão-general da capitania de São Paulo) D. Luís Antônio de Sousa (Botelho Mourão) para o marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo), afirmando parecer-lhe conveniente que o terreno descoberto no Rio Pardo se repartisse, por ser dispendiosa para a Fazenda Real a conservação do destacamento assente nesse local e por serem necessários os soldados para diferentes serviços. Funda-se em que estavam a laborar perto os outros descobrimentos do Dezemboque: Jacuí, Santa Ana, Ouro Fino. Teve notícia, de que, por parte das Minas Gerais, se tinha estabelecido uma guarda no Rio Pardo, que, para demarcar as terras desta capitania, tapou a estrada geral que dela vai para Jacuí e abriu outra, , apanhando assim mais de vinte léguas da capitania de São Paulo para a de Minas Gerais. Também assim procederam nos lados de Jaguari, estabelecendo naquela freguesia o Registro que estava no Ouro Fino, adiantando-o assim mais de 13 léguas . Sobreveio a notícia de que o comandante de Minas Gerais passou o Rio Pardo para aterrorizarr aqueles moradores com ameaças e prisões, dizendo que tudo pertencia àquela capitania de Mojiguaçu. A instâncias da Câmara, do povo, do procurador da Coroa e dos administradores do contrato das estradas, e para evitar os gastos que fazia, em ter a Fazenda Real guardas ali, e para aproveitar os quintos reais que se deviam pagar na Casa de Fundição do Ouro da capitania, mandou o dito governador de São Paulo repartir os terrenos descobertos e tirar-lhes o pouco ouro que têm.